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Wednesday, June 13, 2018

Processo de pintura de uma ilustração científica

O processo de pintura de ilustrações científicas, sejam elas desenhos, representações do quotidiano do passado ou de representações de cidades antigas, são sempre um desafio para os profissionais da área.

Desta vez trago-vos o exemplo de uma ilustração de grande formato (66 x 95 cm), que representa a antiga cidade de Braga em 1768. Esta foi talvez a ilustração mais trabalhosa que realizei até ao presente, quer pela dimensão, pelo detalhe e tempo necessário para a sua execução. O desenho preparatório a lápis foi realizado com todo o rigor a partir das fontes iconográficas coevas, a partir do auxílio do Mapa das Ruas de Braga de 1750 e do mapa de Braga Primaz de André Soares datado de 1756, bem como de inúmeras fotografias do século XIX e inícios do XX, com edifícios entretanto desaparecidos. Foi um trabalho moroso que exigiu atenção aos detalhes dos edifícios que entretanto foram destruídos e desmantelados, para garantir que esta imagem representasse de facto uma cidade verdadeira e não ficcionada.



A segunda fase do desenho consistiu em fazer a tintagem, ou seja, redesenhar tudo com canetas de tinta da china com diferentes espessuras de acordo com os efeitos gráficos da linha, de forma a enfatizar subtilmente os volumes e profundidade.







A terceira e última etapa consistiu em pintar toda a superfície com aguarela. Foi dada especial atenção às tonalidades para que a cor não ficasse homogénea, impedindo deste modo que o desenho ficasse "plano". Quase todos os telhados têm tonalidades diferentes, e a pintura do terreno segue o mesmo critério, ficando as cores mais intensas em primeiro lugar e ao fundo as cores mais subtis. Deste modo, o desenho ganha profundidade e realismo, dando a sensação de que é tridimensional.
O trabalho de pintura é muito exigente e obriga a um controlo constante para que se respeite as formas e os espaços a pintar. Depois do desenho estar todo pintado, fizeram-se as sombras a partir de um registo prévio a lápis sobre a aguarela, ou então de forma livre e espontânea, sempre de acordo com a direcção da luz do sol. O trabalho total compreendeu pelo menos 700 horas, e exigiu uma dedicação e esforço físico consideráveis.








Esta ilustração faz parte de um conjunto de imagens que foram desenvolvidas para o Centro Interpretativo da História de Braga, o qual permite revistar a cidade ao longo de mais de dois mil anos de existência.

Thursday, May 24, 2018

Matte Painting

É sabido que actualmente existem muitas formas de reconstituir o passado histórico através de técnicas de desenho, ilustração e infografia 3D. Uma das técnicas mais interessantes e que tem raizes num domínio completamente diferente é a técnica de matte painting. Esta técnica terá tido as suas origens nos cenários de teatro e fotografia, mas foi no cinema que atingiu a sua mais expressividade e se autonomizou como uma técnica verdadeiramente especializada, como forma de criar cenários de paisagens e ambientes onde depois, através de processos de sobreposição, nos levava a crer que os actores estavam de facto naquele cenário real.

A matte painting foi no passado uma técnica de pintura tradicional, e hoje em dia incorpora outros processos tais como fotografia, fotomontagem, pintura digital, etc.

A sua aplicação continua a ser aplicada ao cinema, mas também noutros meios tais como a publicidade e a reconstituição arqueológica e de património. É neste domínio que tenho vindo a desenvolver de há cerca de dois anos a esta parte uma série de trabalhos com base em matte painting.




Neste trabalho de reconstituição da fachada de 1750 da Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Braga, foi usada a técnica de fotomontagem, pintura e retoque digital de maneira a reproduzir o mais fielmente possível o aspecto da fachada original do edifício. A documentação antiga e a iconografia coeva foi imprescindível, nomeadamente o Mapa da Ruas de Braga de 1750, que possui a representação iconografia exacta da igreja.




O mesmo sucedeu com a representação da Casa da Câmara de Braga em 1756. Embora o projecto original de André Soares tivesse o aspecto actual, o edifício foi construído em duas fases distintas.  A primeira fase corresponde à imagem de reconstituição, e que terá durado até 1865, altura em que foi concluída a ala direita da edifício. A iconografia do século XIX foi imprescindível para reconstituir o aspecto original.




O Palácio de D. José de Bragança, em Braga, foi outro exigente trabalho de reconstituição, devido aos elementos arquitectónicos que já não existem. Neste caso concreto existem inúmeras fotografias e gravuras com o aspecto original, que contemplava um campanário e um lanternim que foram demolidos no restauro/reconstrução após o incêndio de 1866. A imagem criada através de matte painting foi quase toda ela gerada através de fotomontagem, com especial destaque para os elementos desaparecidos, os quais foram reconstruídos com recurso a elementos arquitectónico similares após uma profunda manipulação de fotomontagem.

Em casos como este poderia ter recorrido a reconstrução 3D, mas o recurso fotográfico garantiu uma maior homogeneidade e facilidade na manipulação. Todos estes trabalhos foram criados com Affinity Photo, software profissional de edição de imagem e pintura digital. Numa segunda fase as imagens foram tratadas com filtros e pintura digital para simular técnicas tradicionais de desenho.

Monday, December 4, 2017

Era uma vez uma Cidade - Núcleo Interpretativo da História de Braga

No próximo dia 12 de dezembro a Torre de Menagem, em Braga, vai abrir novamente as suas portas ao público com uma exposição sobre a história da cidade.
Será ali, no núcleo do antigo castelo da cidade que irá ser inaugurado um núcleo interpretativo da história de Braga, devotado à compreensão de todos.
Este é o primeiro projecto em Portugal que integra ilustração histórico-arqueológica, desenho, infografia 3D, maquetas e espólio arqueológico numa viagem de mais de dois milénios sobre a história da cidade de Braga. Mais de oitenta ilustrações, distribuídas ao longo de quatro pisos, vão permitir um inédito percurso pelos dois mil anos de história da cidade de Braga. A elaboração dos conteúdos contou com a colaboração de uma dezena de investigadores, além do apoio logístico do Museu D. Diogo de Sousa e do Museu Pio XII.




Thursday, February 28, 2013

Série Fotográfica "Espíritos de pedra" | "Espíritos de Pedra" Photographic Series


Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto  |  Monastery of São Miguel de Refojos de Basto

O Mosteiro de São Miguel de Refojos de Basto, também referido como Convento de Refóios, localiza-se na freguesia de Refojos de Basto, concelho de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, em Portugal.
O primeiro documento relativo ao Mosteiro data de 1122. Pouco mais tarde, em 1131, D. Afonso Henriques concedeu carta de couto ao mosteiro.
As obras do atual edifício tiveram início em 1755, sendo acordadas entre o arquiteto bracarense André Soares e o então abade, Frei Francisco de São José. Na fase final das obras registou-se a chegada ao mosteiro de Frei José de Santo António Vilaça, que ali trabalhou de 1764 a 1770.
Com a a extinção das ordens religiosas (1834), o Estado alienou o imóvel.
O conjunto da igreja e sacristia encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.
A fachada da igreja distingue-se pelas suas grandes dimensões. Nos lados direito e esquerdo estão colocadas as estátuas em tamanho natural do fundador da Ordem de São Bento, São Bento de Núrcia, e de Santa Escolástica.










Sunday, January 27, 2013

Santuário do Bom Jesus do Monte

O Santuário do Bom Jesus do Monte, também referido como Santuário do Bom Jesus de Braga, localiza-se na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Este santuário católico constitui-se num conjunto arquitetónico-paisagístico integrado por uma igreja, um escadório onde se desenvolve a Via Sacra do Bom Jesus, uma área de mata (Parque do Bom Jesus), alguns hotéis e um funicular (Elevador do Bom Jesus).
A sua peculiar disposição serviu de inspiração para outras construções, como por exemplo o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em Lamego, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos na cidade de Congonhas, em Minas Gerais, no Brasil.
Acredita-se que a primitiva ocupação deste sítio remonte ao início do século XIV, quando alguém terá erguido uma cruz no alto do monte Espinho. No ano de 1373 já é mencionada uma ermida no local, sob a invocação da Santa Cruz. Esta ermida terá estado anexa à paróquia de Tenões.
Local de devoção e peregrinação das gentes da região de Braga, em 1494 foi erguida uma segunda ermida, por iniciativa do então Arcebispo de Braga, D. Jorge da Costa, conforme atestam as armas desse prelado, encontradas durante as obras empreendidas em 1839.
Uma terceira ermida foi erguida em 1522 por iniciativa do deão da Sé de Braga, D. João da Guarda, período em que se registou um aumento da devoção no local.
Em 1629 um grupo de devotos constituiu a Confraria do Bom Jesus do Monte, sendo edificada uma capela onde foi colocada uma imagem de Cristo Crucificado, além de casas para abrigo dos romeiros, e as primeiras capelas dos Passos da Paixão, sob a forma de pequenos nichos, dedicados aos episódios da Deposição da Cruz, da deposição no túmulo, da Ressurreição e da Ascensão. Foi nomeado o primeiro ermitão, Pedro do Rosário.
A partir de 1722, o então Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles, concebeu e iniciou um grande projeto que desembocaria no atual Santuário.

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Bom Jesus do Monte is a Portuguese sanctuary in Tenões, surroundings of the city of Braga, in northern Portugal. Its name means Good Jesus of the Mount.
The Sanctuary is a notable example of pilgrimage site with a monumental, Baroque stairway that climbs 116 metres (381 feet). It is an important tourist attraction of Braga.
Many hilltops in Portugal and other parts of Europe have been sites of religious devotion since antiquity, and it is possible that the Bom Jesus hill was one of these. However, the first indication of a chapel over the hill dates from 1373. This chapel - dedicated to the Holy Cross - was rebuilt in the 15th and 16th centuries. In 1629 a pilgrimage church was built dedicated to the Bom Jesus (Good Jesus), with six chapels dedicated to the Passion of Christ.
The present Sanctuary started being built in 1722, under the patronage of the Archbishop of Braga, Rodrigo de Moura Telles. His coat of arms is seen over the gateway, in the beginning of the stairway. Under his direction the first stairway row, with chapels dedicated to the Via Crucis, were completed. Each chapel is decorated with terra cotta sculptures depicting the Passion of Christ. He also sponsored the next segment of stairways, which has a zigzag shape and is dedicated to the Five Senses. Each sense (Sight, Smell, Hearing, Touch, Taste) is represented by a different fountain. At the end of this stairway, a Baroque church was built around 1725 by architect Manuel Pinto Vilalobos.
The works on the first chapels, stairways and church proceeded through the 18th century. In an area behind the church (the Terreiro dos Evangelistas), three octagonal chapels were built in the 1760s with statues depicting episodes that occur after the Crucifixion, like the meeting of Jesus with Mary Magdalene. The exterior design of the beautiful chapels is attributed to renowned Braga architect André Soares. Around these chapels there are four Baroque fountains with statues of the Evangelists, also dating from the 1760s.
Around 1781, archbishop Gaspar de Bragança decided to complete the ensemble by adding a third segment of stairways and a new church. The third stairway also follows a zigzag pattern and is dedicated to the Three Theological Virtues: Faith, Hope and Charity, each with its fountain. The old church was demolished and a new one was built following a Neoclassic design by architect Carlos Amarante. This new church, began in 1784, had its interior decorated in the beginning of the 19th century and was consecrated in 1834. The main altarpiece is dedicated to the Crucifixion.
In the 19th century, the area around the church and stairway was expropriated and turned into a park. In 1882, to facilitate the access to the Sanctuary, the water balance Bom Jesus funicular was built linking the city of Braga to the hill. This was the first funicular to be built in the Iberian Peninsula and is still in use.




















Saturday, September 10, 2011

Série Fotogáfica "Espíritos de Pedra" | "Espíritos de Pedra" Photographic series


O Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins constituem um notável conjunto monumental que apresenta uma vivência intimista da corte portuguesa de Setecentos, ao mesmo tempo que representa momentos de extraordinária relevância histórica e de afirmação do poder real.
Apresentar a evolução do gosto da corte nos séculos XVIII e XIX, marcada sobretudo por influências francesas e italianas, quer nos espaços interiores, quer nos jardins, num período que percorre o barroco, o rocaille e o neoclássico, constitui uma vocação essencial deste Palácio, enquanto instituição que privilegia o conhecimento, a interpretação e a fruição de um conjunto monumental de incontornável referência no património arquitectónico e paisagístico português.

The Queluz National Palace (Portuguese: Palácio Nacional de Queluz) is a Portuguese 18th-century palace located at Queluz, a freguesia of the modern-day Sintra Municipality, in the Lisbon District. One of the last great Rococo buildings to be designed in Europe, the palace was conceived as a summer retreat for Dom Pedro of Braganza, later to become husband and then king consort to his own niece, Queen Maria I. It served as a discreet place of incarceration for Queen Maria as her descent into madness continued in the years following Dom Pedro's death in 1786. Following the destruction by fire of the Ajuda Palace in 1794, Queluz Palace became the official residence of the Portuguese prince regent, John VI, and his family and remained so until the Royal Family fled to Brazil in 1807 following the French invasion of Portugal.










Wednesday, August 17, 2011

"Espíritos de Pedra" Photographic series | Série Fotogáfica "Espíritos de Pedra"

"Espíritos de Pedra" are a photographic series about monuments built primarily in stone, showing history of kings, princes and important people of old times. I will show Palaces, Castles and Cathedrals.


In this first series, I chose the Mafra National Palace (Portugal) for its grandeur and beauty. It is a megalomaniacal project built by King John V in the eighteenth century.


"Espíritos de Pedraé uma série fotográfica sobre monumentos construídos principalmente em pedra, mostrando histórias de reis, príncipes e pessoas importantes dos velhos tempos. Vou mostrar palácios, castelos e catedrais.


Nesta primeira série, elegi o Palácio Nacional de Mafra (Portugal) pela sua grandeza e beleza. Trata-se de uma obra megalómana mandada construir no século XVIII pelo rei D. João V.